O que motivou a interdição
A Anvisa — Agência Nacional de Vigilância Sanitária — determinou a interdição cautelar da pasta de dentes Colgate Total Prevenção Ativa (sabor Clear Mint) após uma onda de relatos de reações adversas por consumidores em diversas regiões do Brasil. A medida foi oficializada por meio da Resolução-RE nº 1.158, de 26 de março de 2025, publicada no Diário Oficial da União.
Essa ação aconteceu depois que dezenas de pessoas relataram sintomas como ardência na boca, aftas, dormência nos lábios e inchaço na língua — tudo isso após o uso do novo creme dental da Colgate. A pasta em questão é uma nova versão da antiga Colgate Total 12, agora reformulada e vendida com o nome Colgate Total Prevenção Ativa, na variação de sabor Clear Mint. A grande mudança está na composição: o produto passou a utilizar fluoreto de estanho no lugar do tradicional fluoreto de sódio.
Embora o fluoreto de estanho tenha propriedades antimicrobianas conhecidas e seja amplamente utilizado em outras formulações no mundo, parte dos consumidores brasileiros parece estar apresentando reações alérgicas ou de hipersensibilidade ao componente
Fonte: Reprodução
Por que essa notícia preocupa tanta gente
A interdição de um produto de higiene pessoal tão básico quanto a pasta de dente causa, com razão, uma grande comoção. Afinal, esse é um item de uso diário e essencial na vida de praticamente todos os brasileiros. Além disso, a Colgate é uma marca consolidada, presente nos lares do país há décadas, o que faz com que os consumidores confiem de olhos fechados em seus produtos.
A decisão da Anvisa acende um alerta sobre mudanças silenciosas em fórmulas de produtos amplamente utilizados, e como essas alterações podem afetar, mesmo que uma minoria, a saúde da população. Muita gente sequer percebe que está comprando uma nova versão do produto — com nova fórmula — até começar a sentir os efeitos no corpo.
O que é a Colgate Total Prevenção Ativa e por que ela foi interditada
Características do produto
A Colgate Total Prevenção Ativa sabor Clear Mint é uma pasta de dente lançada como sucessora da antiga Colgate Total 12. A proposta da nova versão era reforçar a prevenção contra problemas bucais como cáries, gengivite, tártaro e mau hálito, oferecendo uma proteção “24 horas” com um sabor mentolado mais suave.
Com nova identidade visual e promessa de melhorias na proteção, o produto se destacou nas prateleiras das farmácias e supermercados. No entanto, a substituição do fluoreto de sódio (usado há anos na fórmula anterior) por fluoreto de estanho passou quase despercebida por parte do público — o que se tornou um problema quando começaram a surgir os primeiros relatos de reações adversas.
A mudança silenciosa na fórmula
O fluoreto de estanho é um agente com propriedades antibacterianas potentes, mas que pode causar reações em pessoas sensíveis. A Colgate começou a comercializar essa nova versão da pasta no Brasil em julho de 2024. A alteração na fórmula aconteceu sem muito alarde, e a maior parte dos consumidores sequer percebeu que estava adquirindo um produto significativamente diferente daquele que usavam há anos.
A Anvisa, ao receber um volume crescente de notificações de reações adversas, optou por interditar especificamente a versão Clear Mint da linha Colgate Total Prevenção Ativa. A medida tem caráter cautelar e visa proteger os consumidores enquanto investigações mais detalhadas são realizadas.
Reações adversas relatadas por consumidores
Dezenas de relatos acendem o alerta
Desde o início de 2025, dezenas de pessoas relataram efeitos colaterais após usarem a nova Colgate Total Prevenção Ativa. Esses relatos foram feitos por diferentes canais: Reclame Aqui, redes sociais, atendimento ao cliente da Colgate e notificações oficiais à Anvisa.
Os sintomas mais relatados incluem:
- Ardência intensa na boca após a escovação;
- Inchaço na língua, amígdalas e gengiva;
- Vermelhidão nas mucosas da boca;
- Dormência e sensação de formigamento nos lábios;
- Boca seca ou sensação de ressecamento contínuo;
- Aftas e feridas que dificultam a alimentação e a fala.
A reportagem da Agência Estado, publicada no UOL, revelou que mais de 20 reclamações apareceram no site Reclame Aqui em menos de 24 horas, todas com queixas semelhantes. Embora a Anvisa tenha registrado formalmente 13 casos iniciais, o número real pode ser muito maior, já que nem todos os consumidores fazem esse tipo de notificação diretamente.
Se você sentiu algum desses sintomas após o uso da pasta Colgate Total Prevenção Ativa Clear Mint, é fundamental registrar o caso na Anvisa. Isso ajuda a compor o quadro de risco e direciona decisões regulatórias.
👉 Você pode fazer a notificação pelo site oficial da Anvisa neste link:
Notifique uma reação adversa aqui
Detalhes da Resolução nº 1.158/2025
A interdição do produto foi oficializada em 26 de março de 2025, por meio da Resolução-RE nº 1.158, publicada no Diário Oficial da União. A medida atinge todas as unidades da pasta Colgate Total Prevenção Ativa sabor Clear Mint, fabricadas e distribuídas no Brasil.
A Anvisa destacou que os relatos de reações adversas foram considerados sérios o suficiente para justificar a suspensão da comercialização. O documento determina a retirada imediata do produto do mercado e orienta que consumidores interrompam seu uso.
O que é uma interdição cautelar
Uma interdição cautelar é uma medida preventiva, que visa proteger a saúde da população até que investigações técnicas sejam concluídas. Nesse período — que geralmente dura 90 dias — a empresa tem a chance de apresentar laudos técnicos, estudos clínicos ou realizar mudanças na fórmula do produto para tentar reverter a decisão.
Caso os riscos se confirmem, a interdição pode se tornar definitiva. Por isso, a transparência das investigações e a comunicação com o público são essenciais nesse momento.
Defesa da empresa e comunicação com o público
Diante da interdição, a Colgate-Palmolive emitiu um comunicado oficial afirmando que o produto Colgate Total Prevenção Ativa Clear Mint é seguro para uso e foi desenvolvido com base em mais de 10 anos de pesquisa. A empresa destacou que a nova fórmula, com fluoreto de estanho, é utilizada em diversos mercados internacionais e passou por testes clínicos antes de ser comercializada no Brasil.
A nota afirma que os testes seguiram rigorosos padrões internacionais de segurança e que os ingredientes são aprovados por agências reguladoras em todo o mundo. Ainda assim, a empresa reconheceu que, como acontece com qualquer produto cosmético ou de higiene pessoal, há sempre a possibilidade de reações individuais em uma pequena parcela da população mais sensível.
A Colgate também se comprometeu a colaborar integralmente com as investigações da Anvisa e declarou que está conduzindo análises internas para compreender a origem das reações. A empresa colocou à disposição dos consumidores o seu canal de atendimento para esclarecimentos e orientações:
📞 0800 703 7722
No entanto, muitos consumidores criticaram a forma como a marca comunicou (ou não comunicou) a mudança na fórmula. O novo ingrediente passou despercebido por boa parte dos usuários, pois a embalagem não destacou com clareza a substituição do fluoreto de sódio pelo fluoreto de estanho — o que pode ter contribuído para os efeitos inesperados relatados.
Reações nas redes sociais e plataformas de reclamação
Além dos canais formais, consumidores também levaram suas reclamações para o Reclame Aqui, onde mais de 20 relatos foram registrados em menos de 24 horas. O padrão das queixas reforçou o sinal de alerta: usuários relataram sensações similares como ardência, inchaço e aftas.
No Twitter, Instagram e TikTok, usuários compartilharam fotos e vídeos expondo suas reações e mostrando o produto, cobrando uma resposta mais direta da marca. Esse comportamento evidencia como os consumidores estão cada vez mais atentos e exigentes — e como o papel das redes sociais pode influenciar diretamente em decisões corporativas e regulatórias.
Identificando o produto no rótulo e embalagem
Se você tem um tubo da Colgate em casa, talvez esteja se perguntando: “Essa é a versão interditada?” A resposta está em alguns detalhes do rótulo.
A interdição da Anvisa se refere à pasta de dentes Colgate Total Prevenção Ativa – sabor Clear Mint. Essa versão substituiu a antiga Colgate Total 12 e começou a ser distribuída a partir de julho de 2024.
Aqui está como identificar o produto:
- Nome na frente da embalagem: “Total Prevenção Ativa”
- Sabor/marcação: “Clear Mint”
- Informação no verso: verifique a presença de fluoreto de estanho na composição
- Rótulo lateral ou traseiro: normalmente há menção à “nova fórmula” ou “nova composição”
É importante destacar que outras variações da Colgate — como Colgate Luminous White, Colgate Máxima Proteção Anticáries, entre outras — não foram afetadas pela interdição.
Recomendações ao consumidor
Caso você possua a pasta interditada em casa, a recomendação é clara: interrompa o uso imediatamente. Mesmo que você ainda não tenha sentido nenhum efeito adverso, o ideal é não correr riscos enquanto as investigações estão em andamento.
Guarde a embalagem e, se possível, fotografe o número do lote. Em caso de sintomas, procure atendimento médico e notifique a reação no site da Anvisa:
👉 Clique aqui para notificar reações adversas
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